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Ele morreu fazendo o que mais gostava", lamentou a viúva de um dos militares mortos na queda do helicóptero usado pelo Grupamento Aéreo da Polícia Militar (PM) de Alagoas. Os quatro ocupantes da aeronave, todos militares, morreram no acidente na manhã desta quarta-feira (23), no bairro da Santa Lúcia, em Maceió.
As vítimas foram identificadas como capitão Assunção e os soldados Melo e Moura, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), e major Milton Carnaúba, do Corpo de Bombeiros. A viúva do capitão disse que ele deixou três filhas e duas enteadas.
"Ele era Inteligente, delicado. Tinha 23 anos de polícia. Como ele tinha orgulho de vestir a farda. Não deixava ninguém passar a roupa", falou Simone Assunção, enquanto chorava.
A prefeitura de Maceió decretou luto oficial de três dias e designou o coordenador da Defesa Civil Municipal, Dinário Lemos, para ajudar nas demandas do governo acerca das investigações do acidente.
Também por causa do acidente, a Polícia Militar cancelou a programação referente ao 14º aniversário da Radiopatrulha, o programa Vem Ver a Banda Tocar, nas apresentações da próxima sexta-feira, 25, no Corredor Vera Arruda e no domingo, 27, na orla da Ponta Verde, além da participação da banda de música nos eventos externos até o dia 27.
Uma das testemunhas informou que viu fumaça saindo da aeronave, momentos antes do acidente. José Claudionor Araujo, de 38 anos, conta que estava em um bar, cerca de 150 metros do local da queda, e viu quando o helicóptero passou muito próximo das casas.
"Eu ouvi um barulho diferente do normal. Vi que ele estava fumaçando quando caiu. Um homem saiu do helicóptero e pulou em um carro, mas o helicóptero e o carro pegaram fogo", contou Araújo.
O carro apontado pela testemunha foi o veículo também incendiado no acidente. A aeronave, que pertence à Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado tinha quatro PMs a bordo, o capitão Assunção, major Milton Carnaúba e os soldados Melo e Moura, todos do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Outra testemunha, o professor de dança Daniel da Silva, de 20 anos, conta que ele e outras pessoas tentaram salvar uma das vítimas, mas não conseguiram porque o militar estava com o corpo em chamas.
"Um deles pulou dentro do carro e ficou com metade do corpo dentro do veículo e as pernas fora. Só ouvi ele pedindo socorro e eu e mais três rapazes fomos tentar salvar. Mas o corpo estava muito quente e não conseguimos. Um dos rapazes ainda tocou no corpo e ficou com a mão ferida", informou ao G1.
O acidente aconteceu próximo ao Aeroclube de Maceió. Ainda segundo informações da PM, as únicas vítimas foram os ocupantes da aeronave. Não houve feridos no solo.
As residências no entorno do local onde aconteceu o acidente foram isoladas. O governador Renan Filho (PMDB) e o secretário Alfredo Gaspar de Mendonça, da SSP, titular da pasta responsável pela aeronave, foram ao local.
"Tinham dois pilotos experientes [a bordo], dois tripulantes, todos militares. Estamos muito surpresos com o que aconteceu, mas vamos aguardar as investigações para determinar o que verdadeiramente aconteceu", afirmou o governador ao ressaltar que o Estado vai prestar total apoio às famílias das vítimas.
O coronel André, do setor de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros, afirmou que a aeronave, Falcão 02, estava em perfeitas condições e não tinha histórico de mau funcionamento. "Decolou do aeroporto e foi simplesmente fazer um patrulhamento. Dizer o que realmente aconteceu é muito preliminar", avaliou.
Ainda de acordo com o coronel, a aeronave era de 1992, mas estava em perfeitas condições. "O que importa são as condições da aeronave e as substituições das peças". Ele disse também que a perícia do acidente ficará a cargo da Aeronáutica.